Homem bom, fiel cristão Sempre o primeiro da fila Na missa e na procissão
Nunca nega uma esmola E sempre bem generoso Quando lhe chega a sacola
Deve a Deus, não nega, não Ser um grande fazendeiro Dono de uma imensidão
É mais um fim de semana Até Deus, na própria paz Também tira uma pestana
Os filhos ainda dormem O padre e os fiéis repousam Os bichos e os rios dormem
Não há por que se estranhar Que hoje acordou mais cedo Sempre foi de madrugar
Um ser irreconhecível Aflora do bom cristão Munido de fogo e combustível
Tudo há de virar canteiro Nada escapa das labaredas Medonhas do fazendeiro
O fogo, dispensa vigília É preciso voltar cedo Para o repasto em família
Mas, antes da refeição Como bom cristão que é Há de rezar uma prece
Agradece ao criador Ao Pai e ao Filho Ao Espírito Santo agradece
Pela saúde dos filhos Por ter mais do que precisa Por tudo que conquistou
Enquanto Deus, esquecido E sem defesa, agoniza No fogo, que ele botou
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