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SÓ ÀS SEIS

A solidão chega, sempre, às seis

Sempre, às seis em ponto

À sua chegada, as vozes e passos

Que ecoaram o dia inteiro

Pelas salas e corredores

Silenciam

Os telefones calaram-se, repentinamente

Não se cometem enganos depois das seis As máquinas de escrever, cujas teclas

Há pouco, dançavam

Sob os dedos das datilógrafas

Que, também, se foram às seis

Aquietaram-se O ar que respiro agora Contém uma estranha mistura De oxigênio e solidão

Que, sem resistências Vai se instalando

Penetrando em tudo

Misturando-se a tudo

Infiltrando-se em tudo

O silêncio é intransponível Estou, absolutamente, só

Ninguém ouvirá o meu grito de socorro Não há grito, no meu grito de socorro

E eu preciso, desesperadamente

De barulho, de um pequeno barulho

De um insignificante barulho

Fujo

Na rua, as pessoas com quem esbarro

São feitas de fumaça, de vapor

Procuro um rosto conhecido

Mas os homens de vapor, não têm rostos

Os carros param, seguem Param, seguem…

Nenhuma freada brusca, nenhum abalroamento

Nenhum motorista de táxi esbravejando

Onde se meteram, meu Deus As pessoas de carne e osso O que foi feito dos meus conhecidos Amigos, vizinhos, parentes… Para onde foi levada, a escória desta cidade?

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